ÁLBUNS OBRIGATÓRIOS
DAVID BOWIE - HEATHENAntes do ano de 2002, o eterno camaleão do rock, David Bowie, certamente não era um nome lembrado nas listas de maiores sucessos fonográficos daquele momento. Muitos críticos e fãs já davam sua carreira por encerrada. Seria mais um daqueles artistas a viver de seu passado glorioso e lançar sucessivas coletâneas de Greatest Hits. Entretanto, o lançamento, em 2002, do antológico álbum “Heathen” alterou completamente este panorama.
Na verdade, o álbum anterior, “Hours...”, já havia provado que o camaleão tinha recuperado a boa forma e a inspiração, mas não tinha sido notado pelo grande público. “Heathen” trouxe Bowie novamente para o topo das listas de sucesso, principalmente por causa da lindíssima canção “Slow Burn” com solos de guitarras orgásticos , o vozeirão de Bowie e um clima levemente sombrio. Um sucesso imediato e merecido.
Obvio que este hit não é a única grande canção do CD. Seria impossível apontar uma faixa do disco que seja apenas boa ou regular. Trata-se de uma seqüência de 12 obras-primas. Algo que , talvez, não tenha ocorrido nem na fase áurea do cantor nos anos 70. Ousaria dizer que Heathen possivelmente é o grande álbum da carreira deste inigualável cantor. Canções inesquecíveis como “Sunday”, “Slip Away”, “Afraid”, “I would be Your Slave”, “Everyone says “hi” e “Heathen” comprovam as minhas ousadas afirmações. Um álbum realmente imperdível, tanto para quem conhece o camaleão, quanto para aqueles que pretendem se iniciar no universo da música de David Bowie.
MADONNA - CONFESSIONS ON A DANCE FLOORNão é segredo para aqueles que me conhecem que gosto mais de rock do que música dançante. Mas isso não é uma regra geral. Quando escuto um grande álbum DANCE, que me faz ter vontade de sacudir o esqueleto(fico só na vontade, pois danço tão bem quanto uma pedra), sei reconhecer suas qualidades e reverenciar o seu realizador.
Muitos também já estavam considerando Madonna uma carta meio fora do baralho no mundo pop e dançante. Afirmavam que a cantora estava num decrescente. É obvio que ela nunca parou de lançar discos, com pelo menos duas ou três músicas nas paradas de sucesso. Isso não era o suficiente para certos críticos, que já a consideravam meio ultrapassada. Como estavam enganados!
Neste ano de 2006, a rainha pop lançou um álbum altamente dançante e de excelente qualidade, fugindo de toda esta baboseira de Byonce e suas clones. Com uma matiz musical totalmente diferente do HIP HOP, que é exposto de forma massificada na mídia atual(causando certo enjôo), Madonna fez um disco antológico e histórico em sua carreira. Não se trata mais daquela coisa de 2 ou 3 faixas para fazer sucesso e sim um álbum inteiro de belíssimas e criativas canções dançantes. Destacando-se os hits imediatos “Hung Up”, “Get Together”, “Sorry” e “Jump”, além de outras tão boas ou melhores, como “Forbidden Love”, “Isaac” e “Push”. É ouvir e dançar, mas também é bom para quem gosta apenas de ouvir boa música.
Ps: Aguardem no final de semana um balanço musical do ano de 2006.
A inveja é um dos sentimentos mais perigosos que existem. Pode levar a atitudes extremas e até criminosas. Mas, apesar disso, creio que existe um tipo de inveja "do bem". Aquela em que você pensa assim: "Queria ter estado no lugar dessas pessoas ou ao lado delas!". Foi este tipo de inveja que me acometeu quando assisti em DVD ao maravilhoso show "Tambores de Minas" de Milton Nascimento. Como gostaria de ter visto toda aquela beleza de perto, ao vivo e a cores! Uma frustração que nunca será totalmente superada, mas que é amenizada pelo belo registro do show em DVD.
PETER GABRIEL - A fase áurea do Genesis não teria sido tão brilhante sem a presença marcante deste versátil vocalista. Seus vocais "interpretados", teatralizados são inconfundíveis. As longas suites da banda, com vários "personagens" devem muito a versatilidade e a teatralidade de Peter Gabriel. Mesmo em sua atual carreira solo, em discos sublimes como "Ovo" e "Up", temos um PG mais maduro, sem, no entanto, deixar de lado as qualidades que o colocaram como uma verdadeira unanimidade no cenário rock e pop.
CHRIS CORNELL - Um dos maiores trunfos do Audioslave é o talento deste vocalista, já respeitado desde os tempos do Soundgarden. Sua voz tem a energia necessária nas músicas com a pegada mais agressiva e , nas maravilhosas baladas desta grande banda, todo o seu talento fica ainda mais evidente. O Audioslave trouxe o "rockão" , tocado apenas com guitarra, baixo e batera, de volta, tudo capitaneado pela bela voz de Cornell. Um dos vocalistas mais admirados de hoje.
STEVE HOGARTH - Muitas pessoas conhecem o Marillion pela música Keyligh, da época em que o vocalista Fish ainda estava a frente dos microfones. Muitos saudosistas ainda consideram que o Fish é o grande vocalista da banda e etc. Conversa fiada. Desde 1989, um cara chamado Steve Hogarth assumiu os vocais desta maravilhosa banda e a mudou completamente. A banda que era equivocadamente considerada uma cópia do Genesis na época do Fish, passou a ter uma identidade própria e a entrada de Hogarth foi fundamental neste processo. A bela, grave e bem postada voz de Hogarth combina com os novos elementos pops incorporados ao som da banda nesta nova fase. Apesar disso a alma progressiva da banda continuou, só que enriquecida por estes novos elementos e pelo talento deste novo vocalista.
MIKE PATTON - Toda boa lista tem um porra louca. Aqui não poderia ser diferente. Esse lunático que começou em bandas de Deth Metal, combinou perfeitamente com o som caótico da extinta banda Faith No More. A partir do segundo álbum da banda, "Angel Dust", o cara começou a variar os timbres de voz, brincar de imitar tipos característicos de vocalistas e fazer todo tipo de loucura que você possa imaginar. Numa única música o cara fazia a voz tipo Elvis, Rick Astley e a sua própria. Nem Barry White escapava de suas brincadeiras com a voz. O cara acabou se tornando, na minha opinião, um dos maiores vocalista de todos os tempos. Tinha todos os elementos bombásticos: excelente voz, variação de timbres, criatividade, nenhum medo de passar ridículo, energia e muita loucura! Sabe qual é a notícia mais recente que tive do cara? Fez um dueto com a Bebel Gilberto! Já imaginou!
CHRIS MARTIN - Quem conhece o rock pop honesto e de excelente qualidade do Coldplay, sabe que suas melódicas canções devem muito aos vocais característicos e emocionados deste talentoso vocalista. Sua forma serena de cantar, seu timbre de voz bem singular, e a emoção que coloca em cada verso, fazem deste pouco lembrado vocalista um dos melhores da atualidade.
STUART MURDOCH - Há pouco tempo entrei em contato com o som da banda alternativa Belle and Sebastian, e já me apaixonei completamente. Destoando totalmente das regras da música da moda, a banda busca na inspiração no passado e no som limpo e delicado a sua própria identidade. Neste sentido é quase impossível também não cair de amores pela delicadíssima voz deste vocalista único no mundo do rock. Sua voz extremamente suave e delicada é diferente de tudo que domina as rádios hoje em dia. Um ótimo consolo para aqueles que gostam de boa música!
GENESIS - FOXTROT
Por uma pequena pesquisa que feita na Internet descobri que este lançamento da banda é praticamente o oposto do trabalho anterior, marcado pela forte presença dos elementos eletrônicos. Neste novo álbum, o Flaming Lips enveredou pelo caminho retrô. A parafernália eletrônica perde espaço e guitarras que evocam os criativos anos 70 aparecem em primeiro plano. Obviamente os elementos mais modernos não são totalmente retirados e o resultado desta mistura é sublime!